quarta-feira, 13 de agosto de 2014

João Paulo II:
A doutrina do movimento New Age é contrária à Fé católica.
O movimento New Age está se tornando conhecido no Brasil, mesmo entre os católicos. Catolicismo julga oportuno oferecer a seus leitores uma severa advertência de João Paulo II, feita em maio de 1993 em reunião com Bispos norte-americanos de Iowa, Kansas, Missouri e Nebrasca, que foram à Roma para a visita ad limina, realizada cada cinco anos. Dessa reunião publicamos o texto abaixo.
"Muitos dos que aqui estão escreveram Cartas Pastorais sobre problemas criados por movimentos pseudo-religiosos e seitas, incluindo o assim chamado New Age. As idéias do New Age algumas vezes encontram guarida nos sermões, no catecismo, em reuniões apostólicas, em retiros, e desta forma influenciam mesmo católicos praticantes, que talvez não se tenham dado conta da incompatibilidade dessas doutrinas com a fé da Igreja. Na sua perspectiva sincretista e imanentista, tais movimentos para-religiosos dão pouca atenção à Revelação e, em vez disso, procuram chegar a Deus por meio do conhecimento e da experiência baseados em elementos emprestados da espiritualidade oriental ou de técnicas psicológicas. Eles tendem a relativizar a doutrina religiosa em favor de uma vaga concepção do mundo expressa como um sistema de mitos e símbolos, ataviados em linguagem religiosa.Sobretudo, eles propõem muitas vezes uma concepção panteísta de Deus, a qual é incompatível com a Sagrada Escritura e a Tradição cristã. Substituem a responsabilidade pessoal face a Deus por nossas ações por um senso de dever em relação ao universo, destruindo desta forma o conceito verdadeiro de pecado e a necessidade de redenção por meio de Cristo.
É um triste fato que alguns cristãos hoje estão sucumbindo à tentação de reduzir o Cristianismo a uma simples ciência humana, uma pseudo-ciência de bem-estar. É preciso uma pregação mais vigorosa e uma catequese sobre os temas escatológicos para esclarecer a relação entre a verdadeira natureza da vida cristã e a infalível esperança da Igreja em seu Senhor que é "a ressureição e a vida" (Jo 11,25).
O Catecismo da Igreja Católica oferece um resumo das verdades sobre os novíssimos que Deus nos revelou em Cristo. A singularidade absoluta de cada ser humano e a finalidade da morte, o imediato julgamento da alma após a morte, a oração pelos mortos com necessidade de purificação, precedendo a visão de Deus, e a grave reflexão na existência e eternidade do inferno. Enquanto muitos preferem evitar essas questões últimas e alguns são tentados a pensar na salvação como um direito e como um fim já conseguido, a Igreja deve continuar a lembrar a todos da terrível realidade da liberdade humana, o preço da salvação, e as riquezas da misericórida.
Felizmente há indícios de uma reavaliação séria de atitudes e práticas adotadas nos anos pós-conciliares as quais, no juízo de muitos religiosos e leigos, não trouxeram a renovação pleiteada no Concílio Vaticano II. É um sinal esperançoso que muitos religiosos e comunidades religiosas nos Estados Unidos -- tendo experimentado a esterilidade da auto-preocupação, a confusão sobre o significado dos conselhos religiosos e a falta de senso de união à instituição e ao apostolado -- estão agora abertos para uma reflexão séria sobre as autênticas tradições eclesiais de consagração religiosa.
(cfr. "Obbservatore Romano", 29 de maio de 1993)

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